Constelação da poesia

 

Não tenho história, o tempo aos poucos foi me mostrando novos caminhos, novos rostos e fui nisso tudo reconhecendo meu presente e o que restou de vida. Desligada do passado, tornei-me um rosto anônimo e sem história, sem lembrança ou saudade… Vivo vestida de realidade, sendo o meu universo muito triste, é como a constelação da poesia, o meu mundo é fechado, e tão só meu!

 

Quando à minha porta batem, até me assusto, no meio das flores e dos pássaros, os meus caminhos são de folhas secas, meu teto é coberto de nuvens quando o sol esquenta, nele me protejo, para acalentar o meu sonho noturno, fecho os meus olhos que adormecem cheios de estrelas e muitas vezes encandeados pelo brilho de algumas luas…

 

Existe um mundo miúdo, dentro da minha mente, repito que não tenho história alguma para contar, tenho só a descrição real de quatro paredes e uma tela que de tanto olhar, resignada, cansada adormeço, e me entrego a hora de acalentar o que essa alma sente... perdida pela madrugada, à sonhar. Desperto e não encontro os meus rastros, porque até as minhas lágrimas secaram, o chão que piso é seco rachado e quente feito um deserto, o mesmo deserto que habita em minha inspiração.

 

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Liduina do Nascimento °

 

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Enviado por Liduina do Nascimento em 31/10/2024
Reeditado em 14/11/2024
Código do texto: T8186441
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