Ampulheta, pó, só.

202410300949

Por um momento só.

A sós e só; tinta, papel e o pó.

O pó nas falanges, fóssil de um bicho outrora voraz.

Pó, do tempo a moer-se pelos ventos de si mesmo, este que não existe

é alucinação.

Tempo que marca, a marca, daqui até aonde?

De lá até outra hora.

Horas que se vão com os dias que não voltam e noites que somem ao clarear da aurora outrora esperada com ânsia e agora esquecida com a noite entre as noites e dias e o tempo que marca e não existe e engole a tudo e a todos tornando-nos nada,

alucinação.

Como tal.

Qualqueira que seja é pura vontade, desejo, fantasia, que surge e se esvai

como águas em um só oceano de esquecimento de gotas irrelevantes.

30\10\2024