O Jangadeiro e o mar.

Chagaspires

Na fria madrugada a luz do luar ilumina a jangada que parte sorrateira mar a dentro.

O rastro luminoso que deixa na rota faz despertar o jangadeiro ainda sonolento de saudades dos braços quentes da amada que ficou.

Parte em busca dos peixes que irão ajudar no sustento da prole.

As altas ondas sacodem a jangada de um lado para o outro como uma folha açoitada pelo vento.

Num zigue-zaguear constante o pequeno barco é tragado pelo mar furioso.

Num branido ululante as ondas se quebram na areia da praia.

Entre soluços cortantes a esposa espera o jangadeiro amado que não há de voltar.

As lágrimas que caem dos olhos vermelhos aumentam as águas que formam o mar.

E na noite sombria a lua em sua agonia se esconde entre as nuvens sem querer ser testemunha de mais um romance desfeito.

Chagaspires
Enviado por Chagaspires em 29/10/2024
Código do texto: T8185040
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