Somos culpados. Não adianta. Poderíamos ter escrito outra estória. Poderíamos ter amado mais. Poderíamos ter sido melhores. Fomos ocasionais, tempestuosos e até negligentes. Não adianta, absolvição total e irrestrita. Nos olhos nos traem, nas palavras nos sentenciam... E, nosso silêncio grita nossa culpa compulsiva pelos séculos e pelos ventos. O que fazer diante tanta culpa? Rezar? Acreditar em metafísica. Acreditar em métodos e na ciência? Seguir as leis paradoxais. Seguir pelas encruzilhadas a propor escolhas genéticas e históricas? Somos culpados. Ninguém nos isentará de nosso fardo. Nem a misericórdia. Nem o perdão. Tudo que podemos fazer é tentar remediar a história com o que temos. Muito ou pouco é o factível. É o possível. É tudo o esforço hercúleo de saber que jamais seremos Hércules ou Zeus. Somo apenas humanos demasiadamente humanos. Agravados por lapsos de consciência. Inseridos nas trevas do multiverso.