Somos culpados. Não adianta. Poderíamos ter escrito outra estória. Poderíamos ter amado mais. Poderíamos ter sido melhores. Fomos ocasionais, tempestuosos e até negligentes. Não adianta, absolvição total e irrestrita. Nos olhos nos traem, nas palavras nos sentenciam... E, nosso silêncio grita nossa culpa compulsiva pelos séculos e pelos ventos. O que fazer diante tanta culpa? Rezar? Acreditar em metafísica. Acreditar em métodos e na ciência? Seguir as leis paradoxais. Seguir pelas encruzilhadas a propor  escolhas genéticas e históricas? Somos culpados. Ninguém nos isentará de nosso fardo. Nem a misericórdia. Nem o perdão. Tudo que podemos fazer é tentar remediar a história com o que temos. Muito ou pouco é o factível. É o possível. É tudo o esforço hercúleo de saber que jamais seremos Hércules ou Zeus. Somo apenas humanos demasiadamente humanos. Agravados por lapsos de consciência. Inseridos nas trevas do multiverso.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 29/10/2024
Reeditado em 30/10/2024
Código do texto: T8185006
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