Pela janela

 

Pela janela eu a via, ela cantarolava, dava voltas em torno de si mesma, depois voava. Antes que eu a perdesse de vista, ela voltava e trazia mais boas lembranças, dessa vez, da infância, e eu logo entendi que ela - a saudade, estava a rondar minhas memórias para reafirmar o quanto de bom e bonito a vida tem me proporcionado. Ali mesmo, debruçada no parapeito das recordações, ouvi o sussurro de um galho que vibrava com a ventania vinda do Sul, sinalizando que as lágrimas chegariam para regar os sonhos que brotavam na esperança do porvir. A porta atrás de mim se fechou com a força dos ventos e eu me mantive ali com o sorriso aberto, pensando que ainda dar tempo de sair e viver novas aventuras e realizações que, no futuro, serão vistas por outra janela da vida.

 

Iêda Chaves Freitas

29.10.2024