"Etymon Sapere"
A única coisa que permanece em mim é impermanência e nisto me conceituo. Sou a intempérie de uma sombra a se construir, um monumento sem nome a proclamar-se e um defunto vivo a expressar-se na escrita. Um poeta, filho do tempo. Um poeta, filho de Azevedo e Soares neste claro parônimo e homônimo como recurso estilístico e poético para a minha escrita. A metonímia do meu ser é a solidão; a solidão de ser incompreendido em um mundo infinito em todas as direções, por isso, e muito mais per se, por ser o que é. Profundíssimo mundo que me despreza, esta é, pois, a ironia machadiana que te entrego, no mais profundo asco que sinto por vossa "digníssima" pequenez. Em quanto muitos aludem ao senso comum, como a mais profunda "evidência", sem indício algum que diferenciem bem evidência de argumento, com grande empatia e humildade caro da minha persona, eu sorrio e, por vezes, entro na brincadeira de vossas vidas, que sem sabedoria alguma, pois não pensada, resta-me, no fim, apenas algo inútil, sem utilidade alguma, inútil no sentido último e peremptório do termo, não pessoano, ou melhor, não pragmático, mas sim, realmente, inútil... Assim, porquanto, vós que se vangloriam de vossos feitos infinitamente, em todas as perspectivas, menores aos meus, façam-me o favor de não deixarem tão evidente suas intenções e na maioria das vezes, estupidez. Significando o meu silêncio, silêncio este que gozo, no gozo nada sensitivo dos meus neurônios a celebrar a apoteose do ser: Saber, entrego-me ao propósito e pontuo.