Cemitério de sonhos
Aqui jazem os sonhos que nunca nasceram. Na penumbra de escolhas não feitas, há túmulos de possibilidades abandonadas, desejos murmurados apenas ao silêncio e oportunidades não aproveitadas. A vida, essa ironia em marcha lenta, aprisiona o ser em um labirinto de promessas, e a cada passo, mesmo o mais decidido, apenas nos afasta de quem acreditamos um dia poder ser.
No cemitério de sonhos, os epitáfios são memórias de uma vida não vivida, de amores sufocados pelo medo e paixões soterradas pelo peso da conformidade. É um terreno vasto e desolado, onde o eco do que poderia ter sido sussurra aos poucos que ainda ousam escutar. Aqui, a esperança é um visitante raro e que logo se despede - exausta de insistir.
A condição humana é uma pele que pesa, um fardo invisível que nos mantém cativos. Vivemos a ilusória liberdade de existir, mas somos prisioneiros das horas, dos dias, dos meses, dos anos... enfim, de um tempo que nada cura. E então continuamos, vazios e inteiros, deixando mais sonhos para morrer nessa terra sem flores, onde o esquecimento é a única certeza.