Paisagens da alma XLIV
Há hoje uma falta longínqua ressoando das profundezas de mim próprio; uma dor distante e fria como a chama de um coração congelante esquecido pela sua própria incompreensão; mundos oriundos dos sonhos do inconsciente fadados a ser sua própria luz por excesso. É minha antiga solidão chamando, mas eu não lhe escuto bem, apenas ouço o sussurro das ondas que dançam no mar do sentimento; minhas terras esquecidas, onde ainda habito criança.
Se há em mim algo de singular é ter cultivado todo um continente astral, um caminho bifurcado que se separa do tempo linear e descobre todo um mundo interior ignorado pela pensamento cartesiano. Esse mundo às vezes chama por mim, mas ainda não posso ir... Só voltarei na derradeira hora, eis o plano. Haverá jeito de enganar a morte? Pode-se dizer que quando o corpo morre o pensamento desaparece. Mas como pode algo que nunca existiu acabar? Sonho, logo Sou-me.