Ei, Vó...
Porque eu faço das palavras um jogo errado. Porque eu te faço de alvo, mas nunca te acerto. Porque eu tento te escrever, mas não consigo sequer organizar as palavras.
Quando me lembro do som da sua voz, e me recordo que ela ainda ecoa em meus pensamentos. Quando minhas lágrimas denunciam a minha saudade, e não há meio de curá-la.
Quando eu me lembro do seu sorriso, e não encontro outro igual. Quando vi teu rosto desaparecer no final da rua, e eu não conseguir te alcançar. Quando você se tornou um sonho bom, mas eu me recusava a dormir, porque o pesadelo de ter longe, é maior do que as lembranças deixadas.
Quando eu tento terminar de escrever, mas eu nem sei mais o que dizer. Você acenando do outro lado da rua, e eu aqui sem poder atravessar e te abraçar, eu não cheguei a tempo pra te encontrar, sua risada ouvir, pra você me abençoar. E essas palavras soltas não podem te encontrar.