Tamanha ficção
Aparências –
São o que permitimos aos outros nos enxergar,
Camuflando a nossa sensibilidade,
Encobrindo as fraquezas.
Não para atacar,
Fazendo de escudos –
Translúcida proteção,
Tão iminente.
A quem enganamos,
Quando não demonstramos o que realmente somos?
Fragilizados pelas circunstâncias,
Desmoronando aos poucos por dentro.
Escondendo os verdadeiros sentimentos,
No recôndito de nossas almas.
Todos os dias,
Em vários momentos,
Bombardeados pela ignorância alheia.
Recebendo em troca –
A intolerância e a falsidade,
Servido em prato frio a desigualdade.
Triste e conivente realidade,
Impregnada pela estupidez.
Quem ou qual será a bola da vez,
Crescente insensatez.
Um corpo frágil -
Impiedosa terceira dimensão.
Sobrevivendo a densidade,
Puxando-nos para baixo,
A intensa lei da gravidade.
Zero empatia, desolação,
Imperfeito estado de ilusão.
Quanto tempo mais?
As horas passam lentamente,
Enquanto, a essência sente.
No compasso desarmonioso,
Promovendo o caos, rancoroso.
Por vezes, torna-se angustiante,
A violência sempre mais convidativa.
Invadindo as nossas rotinas,
Sem ao menos pedir licença –
Atravessando os nossos corpos.
Um rastro de destruição,
Esvaindo-se o elixir da vida –
Cor de carmim.
Injetando doses cavalares,
De estresse e ansiedade.
Complicando o que não era para ser,
Desvanecendo o prazer.
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