Extrema

Desde criança lido com críticas.

Crítica por sentir demais, a ponto de me naufragar em lágrimas.

Crítica por me doar demais, sem saber o ponto certo de parar.

Crítica por falar e rir alto demais, mas como controlar tamanha empolgação?

Crítica por me jogar de cabeça, sem medir a profundidade do mar que me receberá.

Que culpa tenho eu de ser extrema?

Até tento controlar o que sinto, como falo ou reajo, mas não consigo.

Não me encaixo num mundo que espera que eu seja de menos, até queria, mas é impossível.

Me entrego à vida, de braços abertos, mesmo sabendo que no final ficarei em cacos.

Foi assim no meu casamento, vivi e aproveitei ao máximo essa experiência e, no final, acabou da mesma forma que começou.

Também vivi outras paixões intensamente. Quase larguei tudo para ir atrás de um amor, mas, mais uma vez, no final, nada sobrou.

Tatuei textos em homenagem a quem eu admirava,

Fiz tatuagens para não esquecer nunca de quem conheci a poucos dias.

Me arrependo? Claro que não!

Mas, com o tempo, amadurecemos e aprendemos que pessoas intensas acabam tendo grandes expectativas e, quando encontram pessoas rasas, se decepcionam e preferem ficar sozinhas.

É errado sentir demais?

É errado ter expectativas?

Acredito que não, principalmente quando foi o outro que criou todo o sentimento e expectativa.

Mas, sim, é errado exigir do outro o que ele não pode oferecer, nesse caso, o melhor a fazer, é deixar ir o que não foi feito para você.

Por mais que eu tenha tido tantas experiências frustrantes, continuo acreditando que vale a pena se entregar de cabeça ao que você acredita.

Pois, somente assim, você saberá se valerá apena ou não.

O mundo é feito de pessoas de todos os tipos, em algum momento você encontrará alguém que transborde tanto quanto você.

Mas, até isso acontecer, só podemos torcer para marcar positivamente a vida daqueles que cruzamos, para não sermos nunca uma página rasbicada e esquecida dentro de uma gaveta qualquer.

Nada mais triste do que ser alguém que não acrescentou em nada na vida de quem fizemos parte.

Karoliny Mesquita
Enviado por Karoliny Mesquita em 24/10/2024
Código do texto: T8180745
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