Nossa claraboia do tempo
Você sabe que quando meu olhar se perde no horizonte é que estou cada vez mais perto, mais perto de ti. Fico quieta em ti, na chuva de teu abraço... Em quietude no silêncio que precisas. É quando percebo que estou voltando de muito longe, desse momento de deriva no desconhecido, de me encontrar em seus perdidos, num lance que só o tempo e a sorte podem revelar. Na cesta, o mote de segredos e mistérios, os enigmas só nossos... Te amo! Não há no mundo alguém que eu goste tanto, que eu ame tanto e com quem agora eu queira estar... Não há alguém em quem eu confie tão totalmente como confio em você. Me acalmo em nossos silêncios, olho no olho, luzes em cor e movimento, música de sentimentos tão profundos que nos permite (co)existir com tanta emoção... Olho teus olhos pela claraboia do tempo... descubro a razão da transparência de teu olhar e imagino a expressão do teu rosto, teu riso solto com minhas gargalhadas, a flor do abraço, do desejo ardendo em nós... E o sangue correndo tão perto da pele, esse líquido conservante, expressão de juventude indestrutível, inextinguível, amor ancestral, primitivo e puro...