Confissões de Uma Criança no Aprendizado Espiritual 51

Não ficaria sem uma justificativa plausível para a esquisitice que me apoderou.

O bastar.

Nem do motivo principal a qual meu ser encontrou para dar sentido a tamanha gana de viver.

Tinha que ser algo acima dos desejos ordinários humanos, estes que eu pressinto quando do contato com uma bela história de amor entre duas almas, dum drama insolúvel, de um trauma, ou fracasso de vida, encontrados facilmente em qualquer prontuário de um Hospital psiquiátrico, ou arquivo de uma Clínica de recuperação de viciados em drogas, ou álcool, ou até mesmo aquelas histórias arquivadas na memória de um psiquiatra ou psicólogo veterano, nos anais das histórias policiais, ou nos arquivos dos cartórios forenses.

Estas vontades que irmanam como peixe no fundo do mar na mente, que, entoadas, como acordes na sanfona. Dão, e deram azo aos escritores e poetas comporem as mais belas histórias de amor, ou um drama.

Magos das letras, que viajam pela alquimia, no processo criativo, saindo dele depois de dominadas as conexões das emoções e os sentimentos humanos, que eles incorporam para as narrativas que estão a escrever.

Os escritores, alquimistas das letras.

Dos mais cruéis pensamentos, e ao mesmo tempo, dos belos sentimentos vividos entre homens e mulheres fictícios, num ensaio da vida real, que encontramos mui facilmente na mente.

Do potencial, da capacidade de sentir vontades provindas do eu menor, vaidades, vontades irreveladas, outras, que num piscar de dedos vem todas à tona, inflamando o corpo físico no desejo desenfreado, avassalador, tornando santo e guardiões da moral e dos bons costumes, algozes, traidores de pactos, promessas de jura de amor e santidades das mais diversas.

Depois do ressignificado para vida, me ví neste campo. Da alquimia das palavras.

Para qualquer lado que vejo, como fluído dourado saem dos mistérios, as letras vem ao meu chamado. Crio as mais diversas variedades de texto, que escolho, depende para qual lado a visão interna do meu ser se volta.

Como se Deus se transformasse num arquétipo do Aladin.

Quando olho, com o olho interno para uma vontade para a escrita, a porta do Imanifesto se abre, e o intelecto que porto faz a festa.

Dias atrás peguei “Ziguezagueando” para ler novamente, obra que escrevi pouco antes da pandemia do coronavírus, o cruel vírus que assolou a humanidade.

Quando comecei a lê-lo, foi como visitar o santuário onde a obra foi escrita.

Imaginem vocês um escriba, visitando o assento onde escreveu seu próprio diário, onde cada personagem foi ele mesmo.

É assim que aconteceu comigo.

Lendo, "Borboletei com as Asas duras", e a “A Arte e o novo tempo”, a derradeira obra, sou na experiência.

Fusão da Obra e do Artista, inacabados... do trabalho e do trabalhador.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 23/10/2024
Reeditado em 23/10/2024
Código do texto: T8180432
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