Perdas

E eu fui me acostumando com as perdas, com a solidão. No contexto perder, nem sempre significa perder para a eternidade, pode-se perder de outras maneiras, como para o desamor, desafeto, para a incompreensão ou simplesmente por birra intencional, sei lá! Não entendo as pessoas, seria tudo bem mais simples se a simplicidade fosse a força motriz que movesse o ser humano, como o amor, amizade e o afeto… dizer que sofro com essas perdas, claro que sim, mas, por mais que eu lute, sou incapaz de modificar certas situações, porque é independente da minha vontade, me sinto enfraquecida, porque é um esforço solitário e a mudança depende de toda uma conjuntura, da própria vontade de modificar, de existir mais simplicidade na aceitação das diferenças, no entanto, tudo fica soterrado sob camadas de orgulho, ego e incompreensão..: neste sentido, de repente tudo vai modificando, por mais que eu lute para preservar, percebo que sozinha não consigo salvar algo que deve ser construído a dois e os laços afetuosos vão enfraquecendo, o carinho e o afeto vai se afastando e fica substituído por um vazio onde foi tanto amor… a aceitação desse ciclo de perdas, mesmo sem a morte traz consigo uma dor única por tudo que poderia ter sido e não foi, pelo amor e carinho que se distanciou.

Apesar disso, continuarei lutando sempre e tentando achar sentido, ou pelo menos paz nesse processo de deixar ir.

Iracema Patricio