De alguma página do meu diário
se eu pudesse escolher
voltar ao passado e deixar lá toda a minha dor
eu escolheria, sim, me poupar
por mais que isso fosse mudar tudo
eu me indignaria, abortaria, coexistiria
eu me permitiria amar mais a mim,
percorrer o mundo, regressar
mas eu jamais deixaria uma vida morna me anular
jamais permitiria um casamento abusivo me acorrentar
eu só desejaria me libertar
com ou sem asas
e voaria, por mais alto que os céus me erguessem,
num mundo e num universo que só me fizessem sentir
tal liberdade de não ter obrigação de me poupar,
mas de viver sem arrependimentos.