Linha divisória
Existe um instante, um fio invisível, onde o ser se rasga bem ao meio - entre o que foi e o que pode ser.
No vazio que se estende entre dois mundos, sentimos o opressor peso do agora, frágil, como uma respiração que hesita. Cada escolha, cada passo, cada acerto e cada erro ecoam como um sussurro na eternidade. O passado nos chama com sua sombra familiar, mas o futuro, incerto, brilha como uma luz distante, impossível de tocar.
Estamos sempre à beira.
Cada manhã traz a chance de seguir em frente ou de se perder no abismo do que já passou. A linha divisória não é um lugar; é um estado de espírito onde habitam medos e esperanças.
A vida se sustenta sobre esse fio, e o equilíbrio nunca é permanente.