Da Água Gelada à Serpentina
A chuva cai lá fora; os grilos cantam, os sapos coaxam, os pingos formam poças, o vento bate forte na janela, e o amor no peito.
O espaço vazio da cama não se desfaz com o agarro ao travesseiro; o frio não se esquenta com a manta; o silêncio da noite ecoa sentimentos suspirantes.
Amanhece em meio ao frio, à chuva gelada, que respinga a saudade. O café preto, no fogão aquece.
A família brinca, eternizando o simples e valioso, que, em meio ao tempo, serão boas e velhas lembranças.
O calor da lenha aquece a serpentina. A água, sob o banho quente, demora, e deixa viva, em memórias, o prazer de um banho nu.