Ausência
Ontem, passei horas mirando o céu. Cismava-o com lamento profundo, como se quisesse calar os astros, apagar a lua ou incomodar Deus!
Na verdade nem o mirava, apenas divagava os olhos perdidos distantes de meus pensamentos.
E aquele instante passei ali, alheia a vida...
Mas, o tempo era e passava.
Se houve estrelas, não posso afirmar.
Agi igual Maria Tereza, no ápice de sua solidão e tristeza sem saber quem lhe habitava. Mas, hoje sei, amada amiga, tal a sua, minha alma também jazia fria e só. Vagava perdida pelo espaço etéreo onde, todo amor que se desprende da alma, nele vive e perpetua.
Além de nós.
Além dos olhos.
Além da lua.
Marisa Rosa Cabral