No porão
Nem sempre esse lado tenebroso do espaço da casa
É inútil em absoluto.
Tantas vezes nos tempos de criança
Eu me escondia no porão
E lá ficava brincando com meus botões.
O mundo ficava fora,
Com suas loucuras,
Seus barulhos,
Com seus entulhos.
Lá no porão tudo é silêncio,
Nem claro, nem escuro,
Penumbra.
Medo?
Nem sei se era medo de algo,
Talvez medo de ficar só.
Mas eu queria esse tempo,
Esse lugar.
Hoje sinto falta do porão,
De esconder-me no porão
E deixar as coisas tomarem seu caminho,
Sem mim.