Confissões de Uma Criança no Aprendizado Espiritual 50
Será que foi pelo sofrimento? pela adversidade? que a vida se revelou a mim? Pelo caminho mais difícil, fui desafiada fazer a escolha.
Viver, ou morrer, realizar ou não na vida, sem pedir troca, troco.
Precisava disto? meu Deus!
Do fel, que virou mel .
Foi por demais cruel o modo que necessitou minha alma ser acordada.
Porquê não segui o caminho mais fácil? do conhecimento, ou do Sanyasi, do Yogui, do renunciante das coisas desta vida, que galga o caminho do ressignificado, que descobrem a piada que é a busca do ter nesta vida, que saem do infastiar de saciar o insaciavel desejo do instinto do corpo físico, e vão para o caminho do Ser, que trabalham seus seres na busca da harmonia dos seus corpos rumo às vibrações e experiências sutiz, campo superior do ser.
Vivem nas montanhas, isolados do mundo, cedendo suas vibrações à humanidade pelo campo meditativo, e em orações.
Como criança que não vê o vale a sua frente, que anda desorientadamente por este mundo, cega de mim, sem rumo, bagagem de cartilhas e saberes da moral e da religião, da cultura de mundo, todas na carga, carruagem.
Vazia...vazia...olhava para tudo, sem mim, sem o mundo, sem o gosto de viver.
O insosso era o nome.
Estragado seria melhor, pois poderia estar a divertir no nojo, na tortura do comer o que não gosta.
Mas o inodoro, a indiferença. Era tudo que tinha.
Foi da pior forma!
No estado extremo da doença que passou por mim, caí no vale do desgosto, da doença do corpo físico, e da alma.
Dali, como que tomada pelo beijo na boca de Deus, que me tomou em seu regaço, envolvendo m'Alma em seu regaço, saciando meu ser da vontade de uma completude que inundou-o de uma doçura, que suplantou todas as dores e insucessos, deixando o bastar de um gosto que é maior que qualquer outro desejo ou amor que eu tenha vivido, ou almejado viver.
Não pediria, ou desejaria outro maior, porque a grandeza da experiência, do sentimento de amada vivido, não é comparado a nenhum outro.
Após deixar resquícios de seu imantado divino em mim, a Fonte Divina, na forma de sua Onipresença, Onipotência, Onisciência sem forma, deixou-me no estado moribundo que estava, se apartando.
Dali em diante, sofreria de duas doenças, do amor pela vida , que não quero cura, não quero ser mexida na essencialidade daquilo que sou, pois passei me ter, me saciar de um pertencimento sem causa a Paternidade Divina Universal.
E de uma outra doença, a que deixou registros no corpo físico, que não quer ceder, onde submeto silenciosamente à ordália, à sina, porque sei que nada na natureza existe ao acaso, tudo é para ser e transformar.
O que Deus está a depurar em mim? O que intenciona realizar à partir de mim , d'eu para Eu, e em mim, com tudo junto misturado?
É aí o lugar que estou.
Vida, ou morte? Cama, morbidez, toda sorte de idiossincrasias do eu inferior, ou ressignificado?
Olhei, sim, olhei com humildade à vaga disponibilizada por Deus a mim de vir ao mundo para fazer a diferença.
Não terá nada que impedirá o que está feito, sendo realizado, materializado pelo ser que porto.
Escritas, livros que deixarei no arcabouço cultural, na memória da humanidade, comunidade Terra.
Disponível a quem interessar possa.