Precipício
Tem um vazio estranho aqui dentro. Uma quietude incompreendida. São tantas respostas sem perguntas. Tantas certezas incertas. Há uma lacuna existencial repleta de silêncio. Esse silêncio das coisas que não existem mais. Minhas despedidas difíceis. A coleção das saudades. Não é que eu seja apegada ao passado. Vivo aqui no presente, com olhos postos para o futuro sobrenatural… Tenho tanto para agradecer diariamente. Tem essa leveza dos dias desacelerados. Tanta beleza ao redor. A criatividade fluindo, ainda que a passos lentos. O corpo são. A mente inquieta na medida dos novos espaços que se abrem. Tudo está bem. Então, o que é isso que se alastra por dentro? Será fome? Aquela vontade de comer uma coisa gostosa que não se sabe o que é? Devorar a novidade. Creio que é isso. Aquele momento em que chegamos ao cume da montanha e podemos contemplar a perfeição de Deus. Hora de abrir os braços, olhar o azul nítido do céu, e se lançar. No nada, frio na espinha, vento limpando toda alma, deixa ser o que vier!
*Si*