Em nome de Deus
O que aconteceu em Serrinha
Foi surreal
E foi bem próximo
Do mês de Natal
João tentando
Badogar um passarinho
Acabou acertando a pedra
Na cabeça do dono do armarinho
O investigador da cidade
Não achou um suspeito
E para não perder
Na localidade o respeito
Decidiu dar voz
A crença popular
Sendo capaz até
Na Impresa divulgar
Dizendo que a bendita pedra
caiu do céu
Fora Deus fazendo
O seu papel
Pois sendo a vítima
Um sujeito sem pudor
O divino apenas puniu
Um pecador
A cidade entrou
Em estado de terror
Atire a primeira pedra
Quem nunca pecou
E para não terem
De uma pedra o deleite
Todos deviam
Usar capacete
Joao precisava
A história alimentar
Para que ninguém
O pudesse incriminar
Por isto usou seu badogue
Contra Dona Clemilda
Pois cometia o pecado
De ser muito metida
João usou o seu badogue
O quanto pode
Até o reverendo
Tinha os seus podres
Foi quando a cidade
Finalmente entendeu
Que estava sofrendo
A ira de Deus
João começou se achar
Enviado pelo supremo
Mais que um templário
Estava sempre atento
Usando seu badogue
Como instrumento vingador
A todos aqueles
Que contra a lei de Deus atentou
Mas quando João leu
O velho testamento
Deu de cara
Com fatos tão agorentos
Que como um vingador
Cumpriu o seu papel
E parecia um louco
Dando badogada para o céu