Glória dos Vermes
As tropas avançam
a linha foi rompida
crianças ensanguentam
covardias contra a vida
os perfumes desaparecem
sob o fétido dos passos
pois a todos envelhecem
botas de soldados vilanaços
Náuseas provocadas
pelos tanques insensíveis
lares, casas incendiadas
festa de germes putrecíveis
Bandeiras malditas da história
tremulam em desertos construídos
e querem proclamar como glória
os disfarces de assassinatos repetidos
Sorriem em fotos de orfanatos
proto-defuntos maquiando algozes
campo semeado de corpos putrefatos
apontando seus crimes atrozes
Querem ser como heróis festejados
em filmes mentirosos, mas são vômitos
de governos de morte insensatos
repulsados só pelos indômitos
Justificam as vítimas em crateras
enganando com seus paquidermes
fazem fita nas políticas insinceras
administrações empestiadas de vermes
Antes tivessem sido esses ídolos
nati-mortos todos desde Alexandria
mas são páginas destes capítulos
da contínua história da covardia.
Inspirada pela obra INSANIDADE HUMANA de Maurélio Machado
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