"O Amor que Começa em Mim"

O melhor amor é o amor-próprio, porque nele habita a essência da plenitude. Não implora, não mendiga, não se dissolve na ânsia de ser aceito. Quando me amo, algo sutilmente grandioso se revela: não sou parte, sou inteira. Esse amor não se apoia em promessas vazias, nem busca refúgio no outro. Ele floresce no silêncio, nas profundezas da alma, onde só eu posso alcançar. Cresce nas cicatrizes que carrego como medalhas de batalhas vencidas, e nos erros que me ensinaram a ser.

Amar-me é um ato de bravura. Requer despir-me das máscaras, encarar minhas falhas e acolhê-las com o mesmo cuidado com que se acolhe uma flor que desabrocha. Dentro de mim existe uma fonte de amor inesgotável, capaz de curar dores que nem o tempo ousa tocar. Quando me amo, as expectativas dos outros se dissipam como névoa, e sou eu, apenas eu, que esculpo minha própria felicidade.

Nesse amor, encontro a liberdade. O amor-próprio não exige nada, não impõe condições. Ele apenas aceita, com a suavidade de quem conhece a alma por dentro, cada linha do meu ser, cada sombra, cada luz que me compõe. É esse amor que me ensina a ser completa, não por desprezar o amor alheio, mas por saber que o verdadeiro amor que ofereço ao mundo nasce, primeiramente, dentro de mim.

In - Poesia Além do Horizonte

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Rô Montano___________ ✍