Até que enfim !
Chuva fina, mas veio e é constante
daquelas que molha profundamente o chão
cada torrão seco desse meu sertão
que chora lágrimas no pó vermelho
quando seco tórrido da desilusão
chuva que o tempo trás
antes do sol a passarada satisfaz
saliente, quebra o silencio
se agita de galho em galho
canta e pia feliz demais
meus doguinhos encolhidos
ressonam e nem se dão por mim
mas Tom, o gato esperto, meu grude
acompanha até a sombra que faço aqui
porta a fora sai ronronando atras de mim
chuviscos alegram tudo, alegram o mundo
e a todos lavam, até a vontade de renascer
e Tom, como eu, ama os pingos de chuva
sacode o pelo, acompanha-me e corre
feliz com a chuva no alvorecer.
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Obrigada pela nobreza da visita !