Fel
Houve um tempo em que tínhamos tudo para dar certo: éramos elogiados, admirados, e sentíamos que o futuro nos aguardava de braços abertos. Porém, com o tempo, as oportunidades começaram a fugir das nossas mãos. Cada falha nos deixava mais distantes dos sonhos, e fomos parando de tentar. Aos poucos, começamos a menosprezar o sucesso dos outros, como se, ao diminuir suas vitórias, pudéssemos justificar o nosso próprio fracasso.
Hoje, olhamos ao redor e percebemos que nos perdemos em desculpas que nos aprisionaram. Nosso maior erro não foi falhar, mas não ter coragem de recomeçar.
O que nunca entendemos é que a vida não é uma linha reta, e o potencial que um dia parecia ilimitado só se realiza com esforço contínuo, resiliência e humildade para aceitar a derrota como parte do processo. Acreditávamos que o sucesso era um destino garantido, e não uma jornada de quedas e recomeços. Em nossa arrogância juvenil, não nos preparamos para os tropeços inevitáveis. E, ao nos depararmos com eles, escolhemos o caminho mais fácil: culpar o mundo em vez de mudar a nós mesmos.
Agora, já envelhecidos e fracos, observamos o tempo que passou como se fosse um estranho. Vivemos uma existência enfadonha, marcada pela mediocridade que tanto desprezamos nos outros. E, no fundo, sabemos que não há mais ninguém para culpar.