"Reflexões do Silêncio"

Não julgue o meu silêncio, pois nele reside um universo. Cada pausa é um eco de emoções não ditas, uma sinfonia de sentimentos que dançam nas sombras da minha alma. É fácil ver apenas a superfície e acreditar que o que se escuta é a verdade completa. Mas, ah, como é sutil o que se esconde sob a camada da aparente tranquilidade! Meu silêncio é um abrigo, um espaço onde habito os mistérios que o tempo e a vida me impuseram, segredos que, por vezes, me escapam entre os dedos como areia fina.

Nem mesmo minhas atitudes, por mais enigmáticas que possam parecer, carregam a totalidade do que sou. Cada gesto e cada escolha são moldados por um tecido intrincado de experiências e dores, de esperanças e amores. Sou um labirinto de contradições, e não cabe a ninguém decifrar meu mapa. A vida me ensina que não há respostas definitivas; somos todos fragmentos de histórias, palavras inacabadas que buscam seu lugar no grande poema da existência.

Em minha alma existem segredos que eu mesma desconheço. Em meio ao caos e à serenidade, estão enterradas verdades que me desafiam e aguardam o momento certo para serem reveladas. A cada amanhecer, uma nova camada se descortina; a cada entardecer, uma nova reflexão se apresenta. Deus me fez única, um mistério em constante evolução, e é nesse processo que reside a beleza da vida. Em cada lágrima e em cada sorriso, descubro a profundidade da minha essência, que é tanto luz quanto sombra.

Por isso, seja você quem entende. Não se limite a moldar suas palavras ou pensamentos àquilo que é familiar. Celebre a singularidade que habita em cada um de nós. A compreensão não deve ser um ato de julgamento, mas de acolhimento. Que possamos nos encontrar em nossas imperfeições, nas fragilidades que nos tornam humanos, e, assim, respeitar os silêncios que guardam as mais profundas verdades de cada ser.

Na dança dos dias, enquanto os ventos sopram e as tempestades se acalmam, lembramos que o silêncio não é um sinal de fraqueza, mas de reflexão. É um convite a mergulhar no que não é dito, um chamado a reconhecer que, por trás das atitudes, há uma história a ser contada, uma vida a ser vivida. E, se cada um de nós se atrever a ser fiel à sua essência, estaremos contribuindo para a beleza deste mosaico chamado humanidade, onde a individualidade se entrelaça com a coletividade em harmonia.

In - Poesia Além do Horizonte

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Rô Montano___________ ✍