Sobre salas, paredes e abismo
Em mim havia uma luz, mas ontem apagou. Ainda há faíscas como se energia tivesse…são apenas fagulhas de dependência. Ontem me medi e vi onde não me cabe…Ontem minha regra me sangrou as mãos.
Um dia estive em uma sala ampla e aconchegante…saí por achar pequena…
A busca por salas não é menos significativa do que o túnel em que tenho estado todos esses anos… viajando na velocidade da luz…sem luz. Ontem percebi nele uma parede pela primeira vez…meu caminho parece não ter saída afinal, mas a parede não é o fim, não de mim… mas de quem fui até hoje.
Não sei o que tem depois da parede, se é que tem… mas anseio por me quebrar em mil pedaços quando bater…. quero me reconstruir apenas do lado de fora deste túnel, ainda que para mim mesmo, somente para mim….eu reconheço pela primeira vez minha completa solidão… há um potencial tão maravilhoso quanto o da solitude… mas ainda é dor.
Ao sair do túnel decido pelo salto no escuro… como anseio por isso… ainda que apenas o chão me encontre… eu preciso de toda a angústia e dor que acompanham a queda… eu preciso que o mundo vire as costas para mim para que não me reste nada além de um projeto de mim, ainda na planta…. a comparação tem sido meu prumo…agora não me pertence mais…
Vou viver…