Entre Brisa e Tempestade
Te desejo a sua própria energia, ruim a ponto de me fazer sentir mal. Você não merece ser amado. Brincou com meus sentimentos, me deixando à espera, colocando meu amor em jogo, jogo esse que você já sabia como ganhar. Você sempre soube as regras, mas eu era apenas uma peça.
Sou doce como a brisa do mar em uma manhã de domingo, como a noite na rodovia, iluminada pelas luzes dos carros, como a floresta densa, esverdeada, cheia de vida.
Já você… Ah, você… Você é o silêncio que vem depois da tempestade, quando só resta a destruição. É a ressaca do mar, amarga, incansável, levando embora tudo o que encontra. A sua presença é como a solidão na noite de domingo, o peso no peito, aquela ausência que grita. Você é o trânsito extenso, estagnado, sufocando cada tentativa de avanço. Você é a queimada que consome, deixando apenas cinzas onde antes havia vida.
Te atraio, mas você repele. Somos polos diferentes, atraindo opostos a nós, mas com um só objetivo: fundir-se, ainda que no fim só reste o caos.