Inóspito mundo
Quiçá o mundo tenha se tornado um lugar gelado, e isso explicaria vários corações con(gelados)...conquanto, sinto-me tola por tentar quebrar o gelo, por tentar fazê-lo derreter. É dar murro em ponta de faca. Às vezes, nem eu mesma consigo me entender... esse meu jeito de ser, dá total consentimento para eu fenecer. Cogito a ideia de que o tempo tenha parte nisso: avesso a compromissos e fugaz demais; tornou-me um ser obsoleto, e eu agradeço ter ficado perdida no tempo, no parapeito das janelas que interligam ao passado. Pois mesmo o mundo, em constante evolução tecnológica (e involução psicológica), prefiro ser utópica, conquanto assim, prossigo na contramão. Me visto do avesso, tendências da moda nunca encheram meus olhos, não comovem minha essência em ebulição, não despertam o meu sentir, que se repele ao que não faz sentido algum. Se eu sinto frio, é porque ainda não morri, há vida em mim, que resiste às baixas temperaturas. Sou assim: inacabada criatura, trafegando nas alturas para não sucumbir ao caos... sempre disposta a re(construir), após as inevitáveis demolições. Tudo pode desabar, não me prostarei em meio aos escombros, nem me conformar! Me rein(vento)!... espero o vento soprar... fazer suas alter(ações)... depois da sua atuação, sou projetada para novas ações. Sigo colecionando valiosas lições.