Toda Minha Fragilidade
Toda Minha Fragilidade
Toda a minha fragilidade
tem motivo, nome e endereço,
uma história que se desenha
em linhas tênues,
como sombras que dançam
na luz fraca da memória.
Cada pensamento busca
um eco nas paredes do passado,
um sussurro que nos aproxima,
mas também um abismo que nos separa.
As saudades me consomem,
como fogueiras de lembranças
que crepitam e ardem, mas não iluminam.
Rostos que se esvaem, sorrisos que se apagam
na noite silenciosa;
são lágrimas não choradas que me aquecem,
uma chuva sutil que rega
a terra seca da alma.
As recordações me alimentam,
mas também me embrulham
em um cobertor de solidão.
Cada riso perdido, cada lágrima vertida,
constroem um banquete de sentimentos,
onde me sento à mesa do eu,
saboreando o amargo da ausência
e o doce enigma do que poderia ter sido.
Como resolver tantos sentimentos?
Como juntar os fragmentos
de um coração despedaçado,
quando cada peça reflete uma dor,
uma alegria, um momento de amor
que se esvai como areia entre os dedos?
Talvez a resposta resida na aceitação,
no abrigo das cicatrizes que carregamos,
porque cada marca é um testemunho
e cada falha, um lembrete
da nossa capacidade de amar.
E, mesmo quando a fragilidade nos ensina
que o ser humano é um campo de batalhas,
a vulnerabilidade não é fraqueza,
mas a força de renascer a cada dia,
mesmo que à sombra do que perdemos.
Rô Montano___________ ✍