NÃO A DEIXE PASSAR
À minha frente uma tela em branco
Abaixo um emaranhado de letras
No teclado do meu computador
Eis que surge a dor,
A dor de parir uma poesia.
Por vezes é noite, noutras é dia
Não tem horas certa para vir
Quando ela quer sair
Aproveite a sua vontade,
Pois se deixar ela passar
Logo será muito tarde
E ela nunca mais voltará.
Se por onde quer que for
Não puder levar computador
Não sofra essa agonia
Leve consigo uma caneta
Um caderno, uma caderneta,
Mas não deixe passar
A mais bela poesia.
JOEL MARINHO