Onde termina o real? PARTE 2

Se/mente não leia o que escreverei! é real dentro do imaginário poético!

Madrugada despida, queimava feito ferro em brasa. Andava seminua pela casa. Abre as janelas, e o céu purpúreo descortina-se à frente de seus olhos.

Fixa o olhar em um ponto e segue com os olhos um risco multicolorido

que se aproxima..Não sente medo.. Debruça-se na janela e aspira a madrugada, despida para ela.

Ziguezagueando, o risco toma forma e aproxima-se mais causando forte vento que tira-lhe as poucas peças que ainda cobrem seu corpo alvo.

Não sente medo. Fecha os olhos e espera! A madrugada e ela são uma só: despidas no calor da espera.

Suave, aterrisa. Vem ao seu encontro. Segura-lhe nos braços e a leva. Não importa pra onde. Tomada pelo desconhecido, cede e deixa-se levar.

Desaparecem na imensidão agora mais colorida sem que ninguém se desse conta do que estava acontecendo.

Do outro lado, o homem também espera... em seu desejo coincidente e simultâneo... e encontra sua musa.. suave e bela.. seminua a andar pela casa.. depois de ter andado tanto por seus pensamentos.. desta vez havia o toque da pele!

Agora é real! Despem-se dos preceitos, rasgam-se no desejo e os corpos tornam-se um . Não há riscos, não há formas, não há madrugada! O tempo deixa de existir dentro e fora desses seres.

É o encontro da eternidade numa fração de segundos!

Obrigada poeta, Van Doren pela participação!!

Carmem Lucia
Enviado por Carmem Lucia em 14/01/2008
Código do texto: T816203