PARA nunca MAIS acordar

PARA NUNCA MAIS ACORDAR

j.Torquato

E NÓS CAIMOS AJOELHADOS À PORTA DA GRUTA, UMA CARVERNA ACONCHEGANTE PARA QUALQUER INVERNO QUE SE FIZESSE PRESENTE, ABRIGO CONTRA AS FERAS FAMINTAS, BASTAVA GASTAR ALGUM TEMPO EM TENTAR FAZER FOGO.

OS DEUES AJUDAVAM

QUANDO O FRIO CHEGOU E A FERA TENTOU, NÓS JÁ ESTÁVAMOS ENCAVERNADOS.

DORMI NAQUELA NOITE ESTRELADA E ACORDEI NUMA NOITE ILUMINADA... ATÉ DEMAIS.

PROCUREI AS ESTRELAS E NÃO AS ENCONTREI, HAVIA SIM UMA LUA, MAS ESTAVA PÁLIDA DIANTE DE TANTA CLARIDADE EM REDOR NOSSO.

AS FERAS ERAM METÁLICAS E AS PERNAS REDONDAS, NÃO CORRIAM, DISPARAVAM EM ALTAS VELOCIDADES, COM OS OLHOS ACESOS MONSTRUOSOS A ILUMINAR UMA ESTRADA PRETA COMO O INFERNO. ESFREGUEI OS OLHOS, TENTANDO FECHAR OS OUVIDOS PARA TANTO BARULHO. DE REPENTE UM SOM VEIO DO AR, E UM GRILHO, OU UM INSETO MOSNSTRUOSO E GIGANTESCO, COM ASAS GIRATÓRIAS NA CABEÇA, URRAVA OU BERRAVA, OU FAZIA UM SOM MAIS QUE ANIMALESCO, UM SOM INFERNAL. E VOAVA POR CIMA DE MONTANHAS QUADRADAS CHEIAS DE BURACOS DE VIDRO RELUZENTES.

ESTOU NUM TREMENDO PESADELO, VAI QUE ROUBARAM MINHA PELE DE URSO MACIA E QUENTINHA!!! E EU ESTAVA DOENTE DO CORPO E VIVENDO UM SONHO TERRÍVEL.

UM SONHO HORRIPILANTE ONDE OS HOMENS ERAM “ENGOLIDOS” E TRANSPORTADOS POR MONSTROS DE DIVERSOS TAMANHOS, DESDE BARATINHAS E OUTROS INSETOS ATÉ LARGATIXAS QUE ANDAVAM SOBRE CAMINHOS DE COBRAS PRETAS PARALELAS, OUTROS INSETOS VOAVAM, ZUMBIAM.

COMO MEUS ANCESTRAIS JÁ NOS CONTAVA SOBRE OS GIGANTES DE MILHARES DE MEDIDAS DE ALTURA, AQUELES INSETOS “ENGOLIAM E TRANSPORTAVAM GENTE COMO A GENTE, SÓ QUE VESTIDA EM PELES FINAS, DIFERENTES E COLORIDAS, E ELAS NÃO SE IMPORTAVEM EM SER TRANSPORTADAS NA BARRIGA DOS MONSTROS, PARECIAM ALEGRES E FELIZES. UMA COISA IDIOTA E RIDÍCULA OS MONSTROS NÃO SÃO MAIS ALIMENTOS NOSSO, MAS TRANSPORTES VOSSO.

EU QUERIA ERA ACORDAR E VER MEUS VERDES CAMPOS RENASCENDO DEPOIS DO INVERNO, O SOL NASCENDO SOBRE O MONTE DEPOIS DO LARGO E RELUZENTE RIO, ONDE PEIXES PULAVAM SOBRE A ÁGUA, ONDE MINHA MENINA MULHER, ME ABRAÇAVA FELIZ, MOLHANDO OS CABELOS PRETOS E LISOS NA ÁGUA DO RIO, NO AMANHECER DA MINHA TERRA.

ONDE CRIANÇAS PULAVAM DA PEDRA PARA A ÁGUA EM CAMBALHOTAS DESPREOCUPADOS, ONDE NOS SENTÍAMOS GENTE, SERES DE VERDADE, FILHOS DE UM SER SUPERIOR, E NÃO ALIMENTO DE MONSTROS QUE CORRIAM E VOAVAM.

E EU NÃO ACORDEI PORQUE NÃO QUERIA FICAR, E SE FOSSE PARA FICAR VENDO MONSTROS E SERES VENDIDOS A MOSTRUOSIDADE E NÃO VER AS PRADARIAS, CAMPOS, FLORES E AMORES, PREFERIA NUNCA MAIS ACORDAR.