Do luto à eternidade
Quantos lutos terei que viver?
Quem dera fosse a morte rasa,
Que apaga tudo em meu ser!
Quem dera fosse apenas a falta física!
Vivo cada amor que perdura,
Que me obriga a reinventar um novo futuro,
Sem a lembrança que me corrói,
Que me remete à dor.
Hoje tenho a certeza da minha dor;
Ela é algo de quem se permitiu amar,
De quem se permitiu ser amado.
O amor será sempre o grande trunfo,
A necessidade que nos imortaliza em forma de lembrança.
Então me pego a toda hora pensando:
Como seria nesse momento ao lado da amada?
Mas hoje ela é pura lembrança,
Uma eternidade em forma de lembrança.