"Hoje, Meu Nome é Delicadeza"
"Hoje, Meu Nome é Delicadeza"
Hoje, meu nome é delicadeza. Sinto como se o mundo se revelasse em sutilezas e eu, silenciosa, fosse parte desse desvelar. Caminho entre jardins onde as flores não apenas existem, mas pincelam a paisagem em tons de mistério e encanto. Cada pétala, ao tocar o ar, fala-me de fragilidade e força, como se a vida, em sua essência mais pura, estivesse sempre prestes a se abrir ou a se desfazer.
Interessam-me as belezas que se ocultam nas pequenas coisas, no voo dos passarinhos que desenham o céu em revoadas silenciosas. Neles, há algo de etéreo, uma leveza que não se prende ao chão. Suas asas não são apenas movimento, mas também fuga e reencontro — uma poesia que não se escreve, mas se sente no exato instante em que acontece, sem promessa de retorno.
Nesse espaço entre o que vejo e o que toco, o tempo parece desacelerar, como se me permitisse respirar a profundidade do momento. O vento carrega o perfume das flores, e sou levada por ele, sem destino, apenas sendo. Hoje, sou o tênue fio que liga a terra ao céu, sou o silêncio que escuta mais do que as palavras podem dizer.
Hoje, meu nome é delicadeza. Porque, no suave existir, encontro uma força oculta. Porque, no voo, há sempre o desejo de permanecer.
Rô Montano___________ ✍