Sem eco

 

 

Não queria preencher as suas faltas, ou suas falhas

queria somente sem nada esperar, escrever por escrever.

Quantos duros caminhos já percorridos, como esquecer?

Certas feridas nunca saram, e no desejo das palavras,

qualquer poema seria um caminho para percorrer.

Abafar as dores da alma, mesmo as palavras aguadas,

sem cor, sal nem doce, sem emoção, nada que cause mal.

Quando um sonho antigo é insistente, vai permanecer...

Os sonhos pressentem, quando lentamente vão morrer!

Sem mais nada para dizer, as letras já nem atravessam

as portas sequer, imagine percorrer as ruas, e sem alma

eles já não recriam vida, embora a queira, esvanecida.

E as palavras sem eco, gritam sem nada poder expressar,

agora ciente que em solo infértil já não adianta plantar.

No fundo essa alma esconde algo que jamais confessaria,

é um ser buscando vida, sem conseguir encontrar.

Esquece que existe solta, livre e saltitante tanta alegria!

Uma frase só, queria, que ainda desse sentido a escrever,

quebrando o silêncio. Sinto sede só por palavras escritas,

uma sede escondida, e a incansável alma, não sabe dizer

que do excesso de vida encontra-se saciada.

Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 24/09/2024
Reeditado em 24/09/2024
Código do texto: T8158844
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