A saudade me invade, pois deparo com aquelas flores trajando seus mantos alvos violáceos e fazendo resplandecer nesta manhã de sol pequenas gotas de orvalho como se fizessem parte das pedrarias de um vestido de gala.
 
Ah, quanta saudade!

Lembro-me do cuidado que minha mãe dispensava aos antúrios, samambaias, avencas, orquídeas e violetas, todos bem dispostos na parte externa da casa, improvisada em jardim.
 
As orquídeas parecem sorrir agradecidas pelas mãos tão generosas que cuidavam delas com tanto amor e carinho e que se ausentaram de repente. As flores são efêmeras, todavia, minha mãe se foi e as flores ficaram.

Não creio que fosse preciso a presença das flores para me lembrar de ti, mas com elas essa manhã de sol é na verdade, uma manhã de saudade.