"Entre a Loucura e a Normalidade"
"Entre a Loucura e a Normalidade"
Até que ponto somos loucos ou normais quando as adversidades nos atravessam?
Na trama invisível do tempo, onde o caos se aninha na alma
e as certezas se esvaem como poeira ao vento,
surge a questão: seremos normais por persistir
ou loucos por acreditar que, no íntimo das tempestades, o sol jamais se ausenta?
Há quem afirme que a sanidade reside na força de manter-se de pé,
mesmo quando o chão nos escapa.
Mas, e se a verdadeira sabedoria estiver em abraçar a loucura?
Em aceitar que as rachaduras da vida são portais
para uma compreensão mais profunda?
Seria loucura sorrir diante do desespero?
Ou talvez seja essa a única forma de tecer esperança
em meio aos escombros do destino.
A fronteira entre o louco e o normal se desmancha
quando percebemos que, nas adversidades, a mente busca novos rumos.
Talvez seja o normal que nos mantém presos às amarras invisíveis da lógica.
Talvez a loucura nos permita voar mais longe, refazer os passos
e acreditar no indizível.
Não seria a insanidade, por vezes, a própria essência da coragem?
Até que ponto somos loucos ou normais? Quem ousará medir?
Talvez sejamos ambos: a razão que caminha sobre um fio tênue
e a loucura que dança livre no vento.
A vida impõe suas adversidades, mas é na mistura do delírio com a sensatez
que desvendamos a profundidade do existir.
E, ao fim, não importa se somos loucos ou normais —
importa apenas que somos, intensamente, humanos.
Rô Montano___________ ✍