À Berlinda

Vivo à berlinda do saber. Não detenho o conhecimento do futuro. Se há um planejamento - não o sei. Nada me é dito, nada me é compartilhado. E nem tenho nada a compartilhar porque se o dissesse ninguém acreditaria. Não há como provar a existência de uma luz, de uma voz que me fala em segredo, de palavras que me amam em poesias e me enternecem de amor e paixão a cada dia. Na verdade, para o mundo, para ti, nada existe. O Sol não assume nem para si mesmo e nem para a Lua que a corteja na escuridão da noite, no escondido do universo de estrelas e flores. Por isso, não conheço nenhuma estrada ou possível passo para além destas palavras que agora se desenham em hieróglifos pelas paredes de minhas cavernas interiores. São mensagens que se perpetuarão pelos séculos dos séculos para que minha alma se lembre que um dia sonhou... e acreditou... no que nunca viveu...