Quando as folhas caírem...

O tempo passou e ainda guardo o teu segredo mais sagrado. Esse que teus olhos não ousam desnudar ao mundo. Talvez por medo, talvez, talvez... Como saber? Às vezes, quando me paro para nisso pensar me perpassa uma onda de compaixão pelo peito em soluços. Compaixão por causa do tempo que passa e é para sempre perdido... Então eu choro. E as lágrimas vão criando esses sulcos envelhecidos pela face... o tempo passou... o tempo passa. Amanhã não nos reconheceremos mais nos cabelos brancos e no corpo cansado e dolorido. Então as folhas - hoje amarelecidas pelo tempo - cairão de nossos galhos e nós derramaremos mais lágrimas por tudo que nunca vivemos...