Proseando com a noite...

Tu noite, que cobres por completo a vastidão do infinito

Que escondes sob suas nuvens pesadas, a ira dos homens!

Suas maledicências e egoísmos, na finitude breve de sua sanha;

Em que todos os dias, de quando vem aproximando seu fim

És mansidão e alento, sustento, esperança, súplica, paz e quietude.

Tu, que para todos reservas o possível, ou, o justo descanso

O repousar e remanso aos bons e o arrependimento dos maus!

Que és sons em silêncios, de dores, por socorro de clamores inaudíveis;

De gentes tristes marcadas, que se desiludem, gemem e são abafadas

Que talvez nem saibam, mas que serão destas, feito o reino dos céus.

Tu, oh senhora plangente, que dás teu farto colo, atenção e guarida

Àqueles que a ti recorrem, tontos, com seus corações aquebrantados!

Ansiosos, por teus longos braços, como última possibilidade de refúgio;

Na salvaguarda de poder continuar existindo, vivendo, respirando...

E enquanto restar-lhes somente a fagulha da espera, novamente vem teu porvir.

SERRA GERAL
Enviado por SERRA GERAL em 21/09/2024
Reeditado em 21/09/2024
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