Homenagem às Árvores
Moacir José Sales Medrado[1]
No silêncio das florestas, onde os animais habitam livremente, as árvores erguem-se como sentinelas, guardando-os sem que eles percebam seu olhar atento. Raízes que se aprofundam na terra como braços estendidos ao coração do mundo e acima de nós, suas copas desenham o céu, emoldurando sonhos que se dispersam entre as folhas.
As árvores não falam nossa língua, mas contam histórias em cada anel que cresce em seus troncos. Cada folha caída é um poema,uma lição de paciência. Quando suas sombras nos abraçam, somos lembrados de que a vida é tanto sobre o florescer quanto sobre o cair; que o ciclo de tudo o que é vivo não começa nem termina, apenas se transforma.
Debaixo de uma árvore, encontramos abrigo, refúgio do sol, mas também algo mais profundo: encontramos a nós mesmos. No seu balançar suave, ela nos ensina sobre equilíbrio; em sua resistência ao tempo e às tempestades, nos fala sobre a força de ser gentil. As árvores não precisam se mover para viajar o mundo. Elas são o mundo, na sua quietude e grandiosidade.
Nesta Semana da Árvore, celebremos esses monumentos vivos, que respiram por nós, que embelezam o horizonte e sustentam a vida em cada folha, galho e raiz. Sejam araucárias centenárias ou ipês floridos, que cada uma seja lembrada por sua majestade silenciosa e por tudo o que ela nos oferece sem pedir nada em troca. Que possamos aprender a olhar para elas com a reverência que merecem, como se cada uma fosse um poema que a terra escreveu.
[1] Engenheiro Agrônomo (UFCE), Especialista em Planejamento Agrícola (SUDAM / SEPLAN – Ministério da Agricultura), Pesquisador Sênior em Sistemas Agroflorestais (EMBRFAPA – aposentado), Doutor em Agronomia (ESALQ/USP)