A DOR EM CENA

A dor que a medicina não ensina;

Quem não assina a dor, assassina o sentir;

Sem ter a dor, não se aprende o quanto é ser sensível ao sofrimento;

Muito embora, nem todo mundo seja igual nessa hora, a adversidade para cada um é bem peculiar em todos os momentos.

A dor também une os traumas nos dias mais intensos, que amenizam as cicatrizes;

E em meio às graves crises, os ventos assombradores, diminuem os tons das cores, e tudo se recompõe através do bálsamo sutil do tempo.

Rearrumam-se as fraturas, quando a quem se outorga a culpa, a fatura é apresentada;

Mas a quem culpar, se a cicuta da vingança que se bebeu para matar o outro, ainda corrói dentro de si, e transforma a dor em sofrimento crivelmente inconteste;

Pra esse teste não se havia estudado para passar no vestibular...

Quando se encontram os agentes dos ferimentos que provocaram a queda da escada que machuca o lado esquerdo do peito, deixando marcas na pele que se reveste;

Há de se haver muitos exercícios para restabelecer o músculo que se atrofiou, que um dia se confiou, e para essa questão não se sabe a solução; Melhor pedir para pular para a próxima pergunta, para não correr o risco de mais uma vez errar.

Os repetidos movimentos da fisioterapia, podem certamente restaurar o tecido roto de quem um dia pode ter sido o pano de fundo que fora tecido por um agente muito garoto;

Que de tanto imaturo, nunca se sentiu suficientemente seguro do sentimento de si mesmo;

E por não saber qual a raiz da sua dor, prolifera por aí a fora, sinais da falta de confiança do seu próprio amor.

Ele pergunta repetidamente: Tu me amas, tu me amas, tu me amas? tal como o palhaço do picadeiro a se movimentar no seu balanço infantil;

Buscando se firmar, querendo ter a certeza do seu par e passo, por ainda não saber de fato onde pisa os pés descalços de um equilibrista juvenil.

Mas como pode querer ser um exímio trapezista, se não ousa tirar os pés do chão?

Na enciclopédia farmacológica, não há bula que prescreva nenhum placebo às dores que constroem o coração.

PEDRO FERREIRA SANTOS (PETRUS)

20/09/24