"Tempo de Reorganizar a Alma"
"Tempo de Reorganizar a Alma"
Sempre é tempo de nos reorganizarmos. O coração, em silêncio, clama por uma faxina nas profundezas, onde mágoas antigas, como poeira acumulada, repousam. É preciso abrir as janelas da alma, permitindo que a luz invada os cantos mais escuros, levando embora o que já não floresce. Cada gesto, cada reavaliação, é uma busca pelo que verdadeiramente nos pertence, pelo que nos nutre. O que pesa, o que nunca foi nosso, deve ser deixado à margem, como folhas secas levadas pelo vento.
Trocar o ilusório pela realidade é um exercício delicado. A ilusão, doce em sua promessa, é como uma bruma que encobre o verdadeiro caminho. A realidade, austera, é o solo firme sob os nossos pés. Substituir o sonho etéreo pela verdade palpável é, ao mesmo tempo, uma renúncia e uma conquista. Há uma liberdade silenciosa na aceitação do que é, ainda que, à primeira vista, nos pareça árido.
Sair do círculo vicioso é como encontrar a saída de um labirinto que construímos em nossa própria mente. É uma ruptura suave, mas poderosa. Entrar no que é saudável é buscar o ritmo natural da vida, onde o equilíbrio e a serenidade reinam. Assim como as águas que se acomodam em seu leito, também encontramos nosso lugar no mundo, após a necessária reorganização da alma. E, nessa harmonia renovada, florescemos novamente, no tempo certo, com a plenitude que só o essencial nos oferece.
Rô Montano___________ ✍