Desgarrados

 

Compartilhando uma música da tradição nativista riograndense que eu amo demais (clica no título para ouvir)

 

Eles se encontram no cais do porto pelas calçadas

Fazem biscates pelos mercados, pelas esquinas,

Carregam lixo, vendem revistas, juntam baganas

E são pingentes das avenidas da capital

Eles se escondem pelos botecos entre os cortiços

E pra esquecerem contam bravatas, velhas histórias

E então são tragos, muitos estragos, por toda a noite

Olhos abertos, o longe é perto, o que vale é o sonho

 

Sopram ventos desgarrados, carregados de saudade

Viram copos viram mundos, mas o que foi, nunca mais será

mas o que foi, nunca mais será, mas o que foi, nunca será...

 

Cevavam mate, sorriso franco, palheiro aceso

Viravam brasas, contavam casos, polindo esporas,

Geada fria, café bem quente, muito alvoroço,

Arreios firmes e nos pescoços lenços vermelhos

 

Jogo do osso, cana de espera e o pão de forno

O milho assado, a carne gorda, a cancha reta

Faziam planos e nem sabiam que eram felizes

Olhos abertos, o longe é perto, o que vale é o sonho

 

Sopram ventos desgarrados, carregados de saudade

Viram copos viram mundos, mas o que foi nunca mais será

 

Jogo do osso, cana de espera e o pão de forno

O milho assado, a carne gorda, a cancha reta

Faziam planos e nem sabiam que eram felizes

Olhos abertos, o longe é perto, o que vale é o sonho

 

Sopram ventos desgarrados, carregados de saudade

Viram copos viram mundos, mas o que foi nunca mais será

mas o que foi, nunca mais será, mas o que foi, nunca será...

 

Composição: Sérgio Napp E Mário Barbará