Canção da primavera: sussuros de esperança

Bênçãos permeiam o pólen das flores no ápice da estação. Borboletas e abelhas sobrevoam os campos, trazendo consigo um toque de vida e beleza perfumada, polinizando o que virá a ser uma nova existência nesta terra de inconstâncias e incertezas.

Um milagre revela que a escalada da montanha permite apreciar a delicadeza e glória da mãe natureza. Especialmente ao pôr do Sol, quando aves projetam sombras de liberdade na grama verdejante. As árvores, imponentes e imperiosas, conquistam a sua atenção. Os rios, mares e lagos espalham beleza a tudo que tocam e amam.

Logo após os amores da tarde, vem a quietude da noite. A lua ilumina sonhos floridos, nutrindo o amor dos jovens enamorados, brota a delicada rosa de seus corações ingênuos e puros.

O aroma que infesta a pérfida humanidade torna-se gentil e apaga a crueldade invernal, apesar das maravilhas gélidas ainda restarem na memória. A bondade ilusória se instaura nas mentes como um suspiro de esperança em busca dos dias melhores que estão por vir, se o homem permitir abrir à dádiva que o cerca. Assim encerram-se os sonhos.

Ao amanhecer, a glória divina purifica tudo o que se pode ver, sentir, cheirar e tocar. A magnitude da vida não pode ser facilmente ofuscada enquanto a primavera suceder o inverno.

Por fim, a alma descansa pacificamente sob a luz âmbar da realidade sonhadora. Sob a esperançosa estação, bênçãos e milagres disfarçam-se no pólen das flores.

Au Vivant
Enviado por Au Vivant em 14/09/2024
Código do texto: T8151472
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