Um toque de pluma na face da Poetisa, a alma em libação, parindo versos... Sim, os olhos acordam e veem a canoa se indo no rio enquanto a Flor vê a última poesia passando na canoa em fúria de palavras. Fui rio, inundada de enchentes interiores. Dessas águas enfurecidas é que sou feita. Mas, também sou calmaria. E, agora, vazante, rumo minha canoa à jusante ouvindo o canto encantado do Uirapuru pelas marés de sonhos. E se eu não acordar e um pedaço de mim partir nas águas do rio? E se meus olhos não mais se abrirem para verem da Aurora o seu último bailar? Onde o Sol para me abraçar e plumar seu beijo de luz na face nimbada de sonhos? Vejo minha canoa descendo o rio. E o barqueiro me esperando na margem eterna... Talvez eu não tenha mais tempo para viver o que tanto precisava...