Eu sei

que meu

silêncio

é só meu.

E que ele

nunca

se cala

porque sou feita

de pausas

de uma nota só.

 

Não tenho

como deixar cair

as vaidades

de uma voz

do deserto...

Como perder

o que nunca se teve?

 

Sou meu próprio som,

meu suspiro no olhar

que contempla o Sol

pela claraboia

do tempo profundo.

 

Sou pó e palha

e voo como plumas

ao vento.

Às vezes

(quase sempre)

me sinto assim:

uma folha seca

caída ao chão!

 

Sou Eu,

Sou Você.

Sou Poeta,

Sou só,

Sou Nós...

Sou  multidão!