E nessa Poesia me perco e me embrulho,

em entrelaços de flores e trevos ao vento.

"Algumas flores não nascem",

me disse a poetisa amada in memorian,

"mas é como se sempre existissem"...

Sim, como se sempre estivessem lá.

 

Sou Flor do Sol.

Foi assim que povos ancestrais (Xoklengs)

um dia me reconheceram e batizaram.

Embora não me veja, é assim que me viram.

 

Então vou e volto nestas brisas,

beijando olhos de musgo e floresta

e boca de líquens com palavras

que nunca, jamais escrevi...

De tão belas, não as ouso imaginar...

 

É, me desfaço em sentimentos.

De puros descem em laivos ou pegadas de amor

que, com medo de nunca serem ouvidas,

escrevo nas paredes de minhas xícaras

de canyons longos, neblinados e profundos...